terça-feira, 1 de outubro de 2013

O DIA EM QUE O CRAQUE VENCEU OS TÉCNICOS




Setembro indo embora e, por pouco, quase "engoli mosca" !!!

Com a "aura"acesa, o iluminado!
O último dia 19 marcou o aniversário dos 20 anos da maior atuação individual de um jogador com a camisa da seleção brasileira. Pelo menos que eu tenha visto. O Ex-Maracanã estava com a geral e parte das cadeiras azuis interditadas. Exigência de segurança da FIFA, devido às obras (nossa que ladainha!) não finalizadas da tragédia de um ano antes, quando torcedores do Flamengo caíram das arquibancadas superlotadas na final do Brasileirão contra o Botafogo. 
E lá estávamos, eu, meu pai e meu irmão.

As Eliminatórias da Copa do Mundo de 94, nos EUA, sofreram mudanças na forma de disputa na América do Sul, devido à suspensão que a FIFA impôs ao Chile, na farsa do goleiro Roberto Rojas, no Ex-Maracanã, nas Eliminatórias de 89 para a Copa de 90, na Itália. Lembram do rojão da fogueteira Rosenery Araújo (Playboy bem fraquinha...) ? Assim, os 9 países foram divididos em 2 grupos. Argentina, Colômbia, Paraguai e Peru fecharam o Grupo A. Brasil, Uruguai, Bolívia, Equador e Venezuela ficaram no B. O vencedor de A estava classificado. E foi a Colômbia, depois de aplicar a maior goleada sofrida pela Argentina, em Buenos Aires, em toda a história: 5x0. Nossos hermanos só se classificaram em uma repescagem dramática contra a Austrália. E no B, os dois primeiros estariam na Copa. Outro fato novo: como a disputa no continente ocorria de uma vez, ou seja, jogos seguidos por 2 meses, passou a ser permitida convocação de jogadores por partida e não mais por toda a competição.

E o Brasil faria as 4 primeiras partidas fora. Aliás, um absurdo! E também absurda foi a campanha. Uma única vitória sobre a Venezuela (4x0), empate apático com o Equador (0x0), outro sofrido com o Uruguai (1x1) e a primeira derrota que tivemos nas Eliminatórias, até então: 2x0 para a Bolívia, com direito a um frango histórico de Taffarel. Resultado: 4o. colocado e, por hora, fora da Copa.

Saraivada de críticas de todos os lados. Imprensa, torcida, técnicos. Carlos Alberto Parreira e seu fiel e eterno escudeiro Zagallo, impassíveis diante de tudo e da principal  reivindicação que atendia pelo nome de Romário! Zagallo nunca gostou de sua "marrentice". Ainda brigariam mais vezes com o passar do anos! Careca e Bebeto eram a dupla de ataque. O primeiro se lesionou logo na primeira partida em Guayaquil e foi dispensado. Já tinha 33 anos. Evair, do Palmeiras, o substituiu.

Romário estava arrebentando no Barcelona. Gols de tudo que é jeito. Aos 27 anos, no auge da forma e com fome de bola, ainda mais porque em 90, foi à Copa machucado. Jogou apenas uma partida, a última da fase de grupos contra a Escócia. Não tinha condição de jogo.

Os jogos em casa marcaram o início da reação. Vitória pragmática sobre o Equador no Morumbi (2x0) e goleada na Bolívia (6x0) no Arruda, com show de Bebeto e Müller, a nova dupla de ataque. Novamente, vitoria sobre a Venezuela (5x1) no Mineirão. Faltava o último jogo no Ex-Maracanã e o Brasil precisava vencer o Uruguai, que só precisava do empate para se classificar. A outra vaga já era da Bolívia.

A necessidade da vitória contra o tal adversário no tal estádio fez com que todos aumentassem ainda mais a pressão por Romário. Todo aquele dramalhão de 50 voltava à tona. Valia lembrar que na final da Copa América de 89, o Brasil já havia vencido o mesmo adversário no mesmo estádio e no mesmo 16 de julho, por 1x0, conquistando o título depois de 40 anos. Quem havia feito o gol? Romário, após cruzamento de Mazinho.

A superstição aumentava e nossos técnicos, apenas treinando o time, com discurso otimista, alheios a todas as pressões. Até que na Granja Comary, Müller sentiu lesão. O destino, e não a pressão popular, fez com que Romário, jogando o recém-iniciado campeonato espanhol , largasse tudo. Chegou na quinta, treinou na sexta, concentrou no sábado e fez isso aí com o Uruguai ! Relembre, com a narração (ainda boa) de Galvão Bueno e comentários opacos de Pelé!


19/09/1993 - Brasil 2 x 0 Uruguai - Taffarel, Ricardo Rocha, Mauro Silva, Jorginho, Ricardo Gomes e Branco. Dunga, Bebeto, Raí, Romário e Zinho.


Romário corre para comemorar o segundo gol!



Insisto: a maior atuação individual de um jogador com a camisa do Brasil que eu tenha visto! O resto é papo de técnico e comentarista!

4 comentários:

  1. Bem lembrado, Osmar!! Eu também estava lá, na arquibancada do saudoso "Maraca" torcendo para o Brasil. Jogo inesquecível de muita emoção e com uma apresentação de gala do nosso (rubro-negro!!)baixinho. Um grande abraço, Edu Mambrini.

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  2. Valeu Edu!!!! Romário rubro-negro???? Eh! Eh! Grande abraço!

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  3. Grande lembrança, amigo Osmar!! Estive nesse jogo e concordo com você: foi a maior atuação que vi ao vivo de um jogador com a "amarelinha". E acrescento: graças a (somente) ele, no ano seguinte, acabamos com nosso jejum de Copas que durou longos 24 anos! Arrisco sem medo de errar que, dos que vi e vejo jogar, Romário foi o maior de todos!!! Flamenguista?!?!? Me poupe!!! Se ele é rubro-negro, deveria ser o mais "amado" flamenguista que nós vascaínos de vimos jogar sob a gloriosa Cruz de Malta. Cansei de chegar mais cedo só para ver na preliminar um certo "baixinho" que destruía nossos adversários. Enquanto que "nas forças do mal" ele só ganhou dois Cariocas, no Vasco ele foi Bi-campeão Carioca, Campeão Brasileiro e Campeão da Mercosul (na maior partida de futebol do mundo!!!!), para ficar nos mais importantes.
    Valeu pela lembrança!!
    PS.: Nesse mesmo jogo contra o Uruguai, também vi, se não a melhor, mas uma das maiores atuações de um goleiro... O que agarrou o tal de Siboldi... Raramente eu vi!

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    1. Não se esqueça de fez seu único de bicicleta, jogando pelo Fluminense contra o Guarani, no Maracanã, em 2003!!! Eh! Eh! Fiz o meu comercial!!! Abraço!

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